segunda-feira, 16 de abril de 2012

Imundície humana

Domingo eu fiz uma peregrinação. Na verdade foi mais uma aventura. Larguei o conforto do meu lar e me lancei rumo ao desconhecido numa empreitada cheia de mistérios e perigos. Conheci outros povos e costumes.                                           
Encaminhei para o longínquo bairro de Padre Miguel. Exageros à parte, eu realmente demorei bastante pra chegar lá, mesmo de trem. Mas o intuito deste post não é falar sobre a distância de Padre Miguel e sim sobre a  nojeira das pessoas.

Deixem-me explicar. Ao longo da minha peregrinação me deparei com cenas no mínimo desagradáveis. Pra mim foram revoltantes. Primeiro, na estação de trem. Um estropício ficava escarrando (dando cusparadas de catarro, pra você que é inculto) a todo momento na estação. E não parou por aí. Ao entrar na composição senti que estava entrando numa lata de lixo. Havia tanto pó no chão que quase não dava pra distinguir a cobertura de borracha. Sem falar em todos sacos plásticos e invólucros de produtos alimentícios diversos espalhados que decoravam a paisagem. E teve mais. Em um determinado ponto da viagem, entrou uma vendedora de picolés, que encontrou fervorosos fregueses numa família. Quando terminaram de consumir, eles simplesmente largaram os papéis e palitos no chão de forma displicente. 

Agora acompanhe o meu raciocínio, se as pessoas não se preocupam ao menos em preservar o buraco pelo qual elas transitam (sem qualquer referência à qualidade do transporte coletivo), o que dirá do mundo. Eu não quero parecer um ativista revoltado, apenas registrar o meu ódio (conflitante, não?). O problema é que muitas vezes essas pessoas são as primeiras a reclamar da sujeira da cidade, e quando são inquiridas sobre seu comportamento respondem: "Temos que garantir o emprego do gari." ou "Não tem lata de lixo. Fazer o que?". Primeiro, seu eu fosse um gari e ouvisse a primeira resposta eu seria preso por homicídio violento. Há mais de um uso pra'quela vassoura. Com relação a segunda resposta, eu não vou usar a frase batida de garantir o emprego do coveiro pelo simples fato de que quem tem essa mentalidade só merece o meu desprezo. Não há porquê ameaçar de morte a vida de uma pessoa fadada à mediocridade.

É por esse tipo de comportamento que o Brasil está na merda. E sim, não estou exagerando. Se as pessoas não tem a capacidade de preservar as pequenas coisas, como a sua área de vivência, como elas vão ser capazes de buscar as grandes mudanças? Eu vou parar por aqui porque está ficando piegas demais. E tô começando a me empolgar. Até a próxima. 

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