quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cansaço

Hoje aconteceu algo diferente. Estava saindo do Centro e indo para casa e neste trajeto pego o ônibus em seu ponto final (Graças!) e por isso posso ir sentado. Normalmente neste trajeto eu "apago", pois durmo em praticamente em qualquer lugar. Porém, hoje foi diferente. Não consegui dormir. Talvez devido ao calor excessivo, pois minhas costas ficaram empapadas de suor em questão de minutos, mas creio que não, pois isso nunca foi impedimento.

Bom, o fato é que como não dormi, fiquei observando as coisas ao meu redor. Era hora do rush vespertino, momento aquele em que as pessoas estão encerrando um dia cansativo de labuta e indo para o conforto de suas casas, o aconchego de suas famílias e seu merecido descanso. O ônibus, logo após sair do ponto final, ficou lotado. O grande problema é que a Avenida Presidente Vargas, a principal via de entrada e saída do Centro, nas horas de pico, fica simplesmente intrasitável devido à grande quantidade de veículos e hoje não foi diferente. O ônibus ficou retido num enorme congestionamento.

Nesse momento passei a reparar em cada pessoa que estava em pé. Elas principalmente, pois além de estarem cansadas, estavam em pé e ainda por cima enfrentavam um engarrafamento, num ônibus lotado e num calor insuportável. O ônibus avançando aos solavancos. Dava pra ver a angústia nos rostos das pessoas.

Mas a angústia que vi nos rostos das pessoas não refletia apenas essa situação. Refletia a insatisfação com a quantia irrisória que receberiam ao final de um mês de muito sacrifício e trabalho. Quantia essa, na qual boa parte seria para bancar os R$4,80 diários(para os afortunados que só precisam de um ônibus para ir e voltar do trabalho) de um transporte de péssima qualidade e que não proporciona o mínimo de conforto. Além disso, soma-se a preocupação com o vindourou aumento da tarifa de R$2,40 para R$2,60. Lembrei também daqueles que utilizam os serviços do metrô e pagam absurdos R$3,10 para viajarem expremidos num vagão super lotado, onde o ar-condicionado não tem potência o suficiente para refrigerar um local com tantas pessoas.

Lembrei também de duas notícias que havia lido pela manhã e que me perturbaram. A primeira delas foi que o senado aprovou a construção do trem-bala que ligará o Rio de Janeiro a Campinas em São Paulo. Uma obra que tem em vista receber 20 bilhões de reais do BNDES (Isso mesmo! 20 bilhões! Mais do que tudo o que o governo investiu na malha ferroviária desde 19. E que segundo estudos terá sua passagem mais cara que uma ponte aérea. A outra foi que o salário dos vereadores do Rio iriam de 9 mil reais para perto dos 17 mil reais. É uma vergonha o erário ter que bancar uma obra ilusória e irreal, além de manter políticos pouco preocupados com o bem da população e que se preocupam em o quanto pesam seus bolsos.

Até quando as pessoas se deixarão levar pelo lento sacolejar dos ônibus lotados? Até que sejamos sugados até os ossos? Quando nos colocarem coleiras e nos usarem como mulas (literalmente, pois figurativamente já as somos)? Até a próxima gente.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Motorista de ônibus

A muito tempo venho querendo postar algo neste blog, mas os meus estudos universitários tem dificultado a realização disto. Agora que me sobrou um tempo (mentira! só não tô com vontade de estudar topografia ou fazer algum exercício de cálculo), resolvi escrever sobre a diferença do motorista de ônibus que atendem a uma universidade como a UFRJ e o motorista de ônibus que atende um colégio público.

Nos meus anos de Pedro II aprendi a detestar motorista de ônibus. Não todos, mas a maioria, pelo simples fato deles me odiarem. Não a minha singular pessoa, mas a todos os estudantes. Digo isso pelas constantes contendas entre os alunos e os motoristas de ônibus. Quando um pedestre faz sinal no ponto de ônibus, o quê o motorista deve fazer? Parar no ponto, certo? Errado se for um estudante. Inúmeras vezes vi o motorista sacanear os alunos, que só queriam ir pra casa após um cansativo dia de estudo. A partir da atitude do motorista criei a seguinte classificação:

  • Filho da puta: É o motorista que passa direto no ponto fazendo sinal de que vem um "mais vazio" logo após.
  • Puta filho da puta: É o motorista que nem olha pra sua cara ao passar direto.
  • Filho da puta cagado por uma chocadeira leprosa: Esse é o pior de todos. Alguns motoristas pedem para o aluno entrar pela porta traseira para agilizar a saída. Esse é aquele que ao parar e pedir para o aluno fazer isso, acelera o coletivo deixando o aluno com cara de babaca pra trás. PS: Já aconteceu comigo 2 vezes e vi acontecer várias vezes.
Além disso, muitos dos que paravam para os alunos reclamavam de qualquer coisa. Demora em subir no ônibus (que resultava no motorista arrancando com a pessoa pendurada), mochila presa em algum lugar, enfim... Qualquer coisa era motivo de reclamação.

Esse tipo de comportamente é muito diferente dos motoristas que passam pelo Fundão. Param sempre ao sinal do pedestre, até mesmo se for um pouco fora do ponto. Se estiverem saindo e você correr eles param para você. Incrível! Nessas semanas fiquei impressionado com a diferença e fiquei confabulando o por quê da diferença. Não cheguei a conclusão nenhuma, pois ambos os locais são instituições de ensino. Ou quem sabe o espírito rebelde e "vandalístico" do aluno do Pedro II que se levanta contra aquilo que considera errado, como um dos tipos de motorista que citei acima e que acabam com a reputação da instituição.

Bom, é isso. É claro que o que falei aqui não engloba a todos os motoristas. Esses filhos da puta são apenas uma parte. Tem muitos deles que são gente fina. Até a próxima galera