terça-feira, 8 de março de 2011

Bloco de Carnaval II

Hoje foi outro dia de bloco no meu "primeiro carnaval". Hoje foi dia de Afroreggae em Ipanema. O pessoal se reuniu na praça General Ósorio: Eu, Samara, Nathália, Carlos (do último post sobre blocos), Andressa, sua irmã Carol (acho que é esse o nome dela), Tainá e a amiga da Tainá que eu não lembro o nome. Fomos para o bloco.

Chegando lá, ele não havia começado. Alguém, que eu não vou citar o nome (Samara), queria ir para perto do trio elétrico, e como tal, para o meio da muvuca. Sem problemas... até que o bloco começou a se locomover. Centenas de pessoas se expremendo num espaço que cabe dezenas não dá certo. Ainda mais quando elas fazem chover cerveja. Fomos esmagados pela multidão ao som de "Tô sem freio/Tô sem freio". Pior ainda eram os vendedores ambulantes com isopores e carrinhos no meio da passagem, obrigando as pessoas a se expremerem ainda mais para passar. Achei que devíamos ir ainda mais para a muvuca, mas acho que a Samara não concordou. Estranho.

Saímos dali e fomos para o canto da avenida onde estava mais tranquilo. Achei bem bizarro o fato de um cara ter puxado o cabelo da Andressa e da Carol nesse momento. Isso sem falar o quanto era hilário os caras que cantavam a Tainá e recebiam toda a sua singular indiferença. Principalmente quando ela usava o "abanador"/panfleto que havia sido distribuído para bater na cara dos marmanjos. Ali conseguimos nos divertir sem sermos expremidos. Ali também tive momentos ruins, como por exemplo o fato da Tainá elogiar as nádegas de um sujeito próximo. Poderia ter passado sem essa.

Depois de um tempo tivemos que voltar para a praça General Osório para encontrar uma amiga. Acho que esse momento foi o mais traumático. Não pelo fato de termos sido esmagados pela multidão ao som do axé tocado pelo trio elétrico, mas por eu ter sido cantado duas vezes. Estaria tudo normal se não fossem por 2 fatos: eu estava com a minha namorada e ERAM HOMENS. PORRA! Um estava de de rosa, numa espécie de camareira de biquíni e o outro de oncinha com rabo e tudo. PUTA QUE PARIU! A minha namorada que me perdoe, mas antes todas as meninas de Ipanema do que homens.

Depois dessa desmoralização, chegamos na praça e nada da menina. Ficamos por ali de bobeira esperando por ela. E nada dela. Depois de um tempo a Tainá e a sua amiga foram embora. Enquanto que Samara, eu, Carlos e Nathália fomos nos alimentar. Andressa e sua irmã ficaram na praça com os pais. Carlos e eu deixamos a Nathália e a Samara no ponto de ônibus delas e fomos para o nosso.

O nosso ponto estava uma confusão enorme com várias pessoas gritando para se comunicar com quem estava do lado. Pegamos o segundo ônibus por razões óbvias. Foi a melhor decisão. O pessoal do ônibus estava super animado, fazendo uma baita algazarra, batucando (destruindo) o ônibus para fazer música. Rolou de tudo, desde da infame (mas que eu acho um barato):

"Pode ser feia
 Pode ser gorda
 Só não pode ser feia e gorda"


Passando por:

"Fulano roubou pão na casa do João"

E:

"Toda vez que eu chego em casa
a barata da vizinha tá na minha cama" 

Além disso, entre cada música puxava-se: "O que a Ariadna é? Operada, operada, operada, operada." Pode parecer bobagem, mas era hilário. Havia também um rapaz, que soltava um "Adogo!" a toda hora. Resumo: risadas initerruptas de Ipanema até a praça da Bandeira. Simplesmente a melhor viagem de ônibus da minha vida.


Amanhã, (na verdade hoje) é o meu último dia de bloco e venho aqui pra contar como foi. Até.



domingo, 6 de março de 2011

Mudando de assunto - Ônibus

Já que as chuvas atrapalharam a sequência de blocos, principalmente o de hoje que seria o Cordão da Bola Preta, resolvi fazer um post sobre algumas experiências em ônibus.

Ao longo dos meus 3 anos no Pedro II meu meio de locomoção até o colégio foi o transporte coletivo. Eu tinha duas opções de linha: 277 (Que faz o trajeto Rocha Miranda X Praça Quinze) e 476 (Que faz o trajeto Méier X Leblon). Cito essas linhas, pois foram onde a maior parte das coisas ocorreram.

Posso separar essas linhas em 2 categorias: Lata de sardinha e mundo bizarro, 277 e 476 respectivamente. O primeiro é óbvio, devido á quebra da lei da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar. O segundo recebe essa nomenclatura devido à qualidade dos fenômenos que ocorrem em seu interior.

Certa vez ao me dirigir pro colégio feliz e alegre numa ensolarada manhã de sábado para nutrir meu cérebro de importantes conhecimentos a cerca da disciplina de Desenho (ironic mode on), peguei o 476. Ao se aproximar do Jacaré (bairro tranquilo do Rio [Aham Cláudia, senta lá...]) o ônibus foi invadido, literalemnte invadido, por dezenas de pessoas que iam à praia. Até aí tudo bem, não fosse o fato de que uns garotos subiram pelas janelas, sendo que um deles caiu no colo de uma senhora horrorizada, garotas em shorts, tops e barrigas caídas se apertando em pares para passarem ao mesmo tempo pela catraca para pagarem apenas uma passagem, pessoas forçando passagem pela saída do ônibus ao som de singelas músicas de apologia ao crime, sem falar num figura que puxava um pagode do seu fiel isopor. Foi nesse "ambiente família" que a viagem ocorreu, com muitos diálogos que fariam Drummond verter uma lágrima como: "Nór vai pro Lebron", "Estéfani, filha da puta safada, vem cá!", "UUU é nóis no Lebron!", "Creitu, pára de gritá porra!", "Seu filho da puta, vô te arrebenta se você não pará!".

Um outro dia, quando estava me dirigindo ao colégio, peguei o 277 lá pelas 6 horas da manhã. Pegue sua concepção de cheio. Aumente. Aumente. Aumente. Aumente mais um pouco. Agora comprima isso numa lata. Pronto! Você está tendo uma noção de como o ônibus estava. Eu não sei como consegui entrar, mas... Enfim! Na parte da frente, antes da catraca, tinha no mínimo 20 pessoas. Pode parecer exagero, mas experimente pegar ônibus nos horários de píco no Rio. Você verá que isso pode acontecer. Como não tinha como passar pela catraca, fiquei por ali mesmo. Até o ponto seguinte, onde me vi forçado a tentar passar, pois subiram mais 5 pessoas. O estranho nesse momento foi que uma mulher ficou indignada por eu estar parado ali. A vontade de dizer: "É, tô aqui sacaneando quem quer passar. Não tenho nada pra fazer mesmo." foi grande. mas me controlei e falei: "Tá difícil aqui.". Passei pela catraca e fui expremendo as pessoas pra passar. Lembro que joguei umas duas pessoas que estavam em pé no colo das que estavam sentadas. Foi um sufoco, pois a cada movimento do ônibus todos eram empurrados dentro do ônibus. A pior parte foi quando uma mulher, digamos, horizontalmente expandida, quis sair do ônibus. Quando ela passou eu fui imprensado contra as barras do ônibus. Acho que nesse momento meus orgãos mudaram de lugar.

É isso. Em outro post falo mais. Até.