sábado, 17 de setembro de 2011

Há título pra isso?

RAIVA!!! Acho que não. O mais apropriado seria indignação. O porquê? Vou explicar. Hoje, enquanto retornava pra casa, vim pensando sobre o marasmo, a passividade das pessoas. Não consigo aceitar essa condição do ser humano, condição essa tão evidente no brasileiro, tão enraizado na nossa cultura.

O Brasil é fodido. Desculpe-me Machado, mas essa é a verdade. E as pessoas simplesmente lavam as mãos. Elas são incapazes de se unir pra tentar resolver as coisas. Elas preferem se omitir, ignorar, fingir que não existe. Afinal, como diz o ditado: "O que os olhos não veem o coração não sente."

As pessoas só sabem agir por interesse. É por isso que volta e meia tem um monte de viciado de classe média alta que sai as ruas, hasteia bandeiras contra o preconceito, contra o "atraso" da sociedade, que se deve legalizar a maconha e tudo o mais. Tudo com medo de receber um sacode da polícia e ter que ser buscado pelo pai na delegacia. Fazem isso pra poderem usar sossegadamente. Não tem um escroto desse que se preste a fazer uma passeata por algo que seja realmente necessário. Na hora de fazer passeata pela educação não tem ninguém. Pela melhora da segurança, não há tempo. Para cobrar dos políticos, tá uma merda mesmo...

E não são só os viciados. Quase todos, a maior parcela, não tá nem ai. Os jovens universitários, principalmente os de uma universidade pública, que deveriam ter uma consciência melhor, não estão nem aí. É mais fácil reunir uma galera se estendermos um cartaz anunciando cerveja a 1 real, do que pra protestar por uma melhor universidade. Dá até vergonha, enquanto os jovens da Grécia protestam contra os abusos do FMI, enquanto os jovens chilenos saem às ruas para exigir melhores condições de estudo, enquanto os jovens ingleses sublevam-se contra os aumentos dos preços das universidades, os nossos jovens vão pra chopada. Na boa, que ir pra chopada? Vai e me faça o favor de beber até entrar em coma alcoólico. Mas antes faça algo pela merda da sociedade em que você vive.

O que você vai dizer pro seu filho morto pela dengue?
- A meu filho, me perdoe, eu não exigi melhores medidas de prevenção do governo, afinal, nunca tinha me afetado.
O que você vai dizer pra sua esposa morta por uma bala perdida?
- Desculpa meu amor, nunca tinha me preocupado com segurança, afinal, nunca tinha acontecido.

É isso que você vai fazer? Se lamentar? Vivemos em sociedade, querendo ou não, todos estão conectados. Somos afetados por todos os problemas.

Seria tão fácil resolver os problemas do mundo. A fome da África por exemplo. Se cada habitante desse o equivalente a 1 real. Se quem fosse rico pudesse contribuir por aquele que não tem nem onde cair morto, imagine quanto dinheiro teríamos. Só da China e Índia sairíam mais de 2 bilhões de reais. Como não daria pra resolver? Mas é mais fácil chover titica de hipopótamo voador do que isso acontecer. Se não nos unimos pra resolver os problemas do meio em que vivemos, quanto mais os dos outros.

O foda é que essa galera é a primeira a reclamar. Político tal desviou tantos milhões? Corrupção na polícia? - Que horror! É um absurdo!. - 
E você não mexe uma palha. E quando é chamado vem a conversa que não vai dar em nada. Também, com esse pensamento de fracassado, pudera!

Sou a favor da luta pelos nossos direitos. E não me chame de esquerdista porque eu não te ofendi. Nada contra eles, mas meu coração é de direita. Simplesmente não concordo com seus ideias. Pra mim podia privatizar tudo, contanto que se dessem as condições necessárias para que todos tivessem acesso ao mínimo dos serviços de qualidade. Acha-me idealista? Pois eu acho o mesmo de uma sociedade anárquica igualitária, o mesmo de um sistema socialista dirigido pelo povo. A questão é que não importa a minha posição política. Vou defender o bem da sociedade.

Acho que desabafei um pouco. Sei que é temporário. Logo, logo volto a indignar-me com outro caso de marasmo. Até quando eu me pergunto. Até a próxima.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gatos

Sim, eu gosto de gatos. Há quem diga que eles não gostam dos humanos e que eles querem dominar o mundo, mais ou menos desse jeito:



Ou:




Mas não é bem assim, eles são muito sensatos:


E como resistir a isso:


Ou:


A única reação possível é:





Se eles realmente querem dominar o mundo eles vão conseguir isso fácil.

Muita gente adora gatos, inclusive eu, pelo seu caráter independente (e isso não é falta de apego ao dono, como muitos donos de cachorro dizem), ou seja, eles não vão ficar 24 horas em cima de você, mas quando o fizerem vão demonstrar um afeto único (e não é o fio de suas garras nem uma bola de pelos).

Bom, nem sei o porquê de ter escrito isso. Talvez sejam os vídeos de Simon's Cat, o melhor gato da net. Abaixo os meus favoritos:

 





É ou não é o melhor gato da net? Abraçose até a próxima.







domingo, 11 de setembro de 2011

Dia de Verão

 Há muito queria publicar esse texto, porém a inspiração me atingiu enquanto estava num ônibus e como não poderia deixar de ser, escapou-me quando sentei em frente ao pc. Posterguei esse texto por muito tempo. Aproveito o fim da bienal para lançá-lo como uma pequena forma de homenagear esse evento de que tanto gosto. Obviamente, o texto apresenta distinções entre o que originalmente concebi e que com o passar do tempo esqueci. Espero que tenha ficado bom.



 O dia estava lindo e o céu era de uma beleza inigualável. Uma grande tela azul que fora entregue a grandes mestres que, usando seus talentos, confeccionaram formas perfeitas em tinta branca para adorná-la.  Havia algo de diferente no dia. Os raios de Sol incidiam sobre a cidade destacando as formas perfeitas da paisagem, batiam nos rostos das pessoas fazendo brilhar seus sorrisos enquanto iam e viam. À orla, o cenário ganhava a trilha sonora do mar. Muitos deitavam-se na areia e acabavam adormecendo devido a suavidade do tempo e à melodia. 

Ele a estava esperando no calçadão enquanto observava as ondas quebrando, os carros passando pela avenida, as pessoas caminhando e conversando. Sua camisa era branca e com os contornos em preto da orla que ele mais amava. O Cristo e o Pão de Açúcar eram facilmente reconhecíveis. Ele sorria, com as mãos no bolso da bermuda, enquanto apreciava os toques suaves do Sol e do vento. Sentia-se feliz pelo dia, pela bela paisagem que contemplava, por morar morar naquela magnífica cidade e por estar ali, esperando aquela garota que ele tanto gostava. Foi quando a viu, e seu coração perdeu o compasso. 

Ela vinha em sua direção com um belo vestido branco, adornado com flores multicoloridas. O vento fazia seu cabelo negro balançar lentamente, enquanto batia em seu vestido fazendo as flores dançarem. Seu sorriso resplandecia à luz do Sol. Os olhos, negros como o ônix, traziam um brilho que não provinha do Sol. Era um brilho que só aqueles olhos emitiam.

Abraçaram-se e olhos do rapaz fixaram-se nos da garota. Não havia mais nada a se olhar. Foram aqueles olhos que o conquistaram. E depois os risos, a inteligência, a engenhosidade daquela garota tão incrível. Incrível. Foi o que ele havia dito pra ela depois da primeira conversa, que durara horas e para ambos não passaram de minutos. Mas naquele momento não havia lugar para palavras. As mãos dele foram até o rosto da menina, acariciando aquelas formas tão belas. O sorriso dela abriu-se ainda mais ao sentir o toque daquelas mãos. Ele trouxe o rosto dela junto ao seu e lentamente seus lábios se encontraram.

Seus corações descontrolaram-se. Seus lábios uniram-se num beijo apaixonado. Suas mãos acariciavma nuca, costas e cintura bem lentamente. Apreciavam-se naquele momento tão terno, ignorando o mundo a sua volta. As pessoas ao redor observavam a cena com interesse, contaminados por aquela paixão tão doce.

Ficaram ali, se beijando pelo que pareceram horas, ou quem sabe minutos. Assim como na primeira conversa não sabiam dizer. Separaram os lábios, mas permaneceram abraçados sentido o coração um do outro e num relance, olharam-se nos olhos e em uníssono pronunciaram:
- Eu te amo.
Palavras nunca antes ditas e que soaram como se tivessem sido ensaidas, como se fossem pertencentes ao cotidiano. E não disseram mais nada pelo resto do dia, não havia mais nada a ser dito. Caminharam pela praia, sentaram na areia, sentiram a água do mar, curtiram-se, naquele dia de verão.