domingo, 6 de março de 2011

Mudando de assunto - Ônibus

Já que as chuvas atrapalharam a sequência de blocos, principalmente o de hoje que seria o Cordão da Bola Preta, resolvi fazer um post sobre algumas experiências em ônibus.

Ao longo dos meus 3 anos no Pedro II meu meio de locomoção até o colégio foi o transporte coletivo. Eu tinha duas opções de linha: 277 (Que faz o trajeto Rocha Miranda X Praça Quinze) e 476 (Que faz o trajeto Méier X Leblon). Cito essas linhas, pois foram onde a maior parte das coisas ocorreram.

Posso separar essas linhas em 2 categorias: Lata de sardinha e mundo bizarro, 277 e 476 respectivamente. O primeiro é óbvio, devido á quebra da lei da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar. O segundo recebe essa nomenclatura devido à qualidade dos fenômenos que ocorrem em seu interior.

Certa vez ao me dirigir pro colégio feliz e alegre numa ensolarada manhã de sábado para nutrir meu cérebro de importantes conhecimentos a cerca da disciplina de Desenho (ironic mode on), peguei o 476. Ao se aproximar do Jacaré (bairro tranquilo do Rio [Aham Cláudia, senta lá...]) o ônibus foi invadido, literalemnte invadido, por dezenas de pessoas que iam à praia. Até aí tudo bem, não fosse o fato de que uns garotos subiram pelas janelas, sendo que um deles caiu no colo de uma senhora horrorizada, garotas em shorts, tops e barrigas caídas se apertando em pares para passarem ao mesmo tempo pela catraca para pagarem apenas uma passagem, pessoas forçando passagem pela saída do ônibus ao som de singelas músicas de apologia ao crime, sem falar num figura que puxava um pagode do seu fiel isopor. Foi nesse "ambiente família" que a viagem ocorreu, com muitos diálogos que fariam Drummond verter uma lágrima como: "Nór vai pro Lebron", "Estéfani, filha da puta safada, vem cá!", "UUU é nóis no Lebron!", "Creitu, pára de gritá porra!", "Seu filho da puta, vô te arrebenta se você não pará!".

Um outro dia, quando estava me dirigindo ao colégio, peguei o 277 lá pelas 6 horas da manhã. Pegue sua concepção de cheio. Aumente. Aumente. Aumente. Aumente mais um pouco. Agora comprima isso numa lata. Pronto! Você está tendo uma noção de como o ônibus estava. Eu não sei como consegui entrar, mas... Enfim! Na parte da frente, antes da catraca, tinha no mínimo 20 pessoas. Pode parecer exagero, mas experimente pegar ônibus nos horários de píco no Rio. Você verá que isso pode acontecer. Como não tinha como passar pela catraca, fiquei por ali mesmo. Até o ponto seguinte, onde me vi forçado a tentar passar, pois subiram mais 5 pessoas. O estranho nesse momento foi que uma mulher ficou indignada por eu estar parado ali. A vontade de dizer: "É, tô aqui sacaneando quem quer passar. Não tenho nada pra fazer mesmo." foi grande. mas me controlei e falei: "Tá difícil aqui.". Passei pela catraca e fui expremendo as pessoas pra passar. Lembro que joguei umas duas pessoas que estavam em pé no colo das que estavam sentadas. Foi um sufoco, pois a cada movimento do ônibus todos eram empurrados dentro do ônibus. A pior parte foi quando uma mulher, digamos, horizontalmente expandida, quis sair do ônibus. Quando ela passou eu fui imprensado contra as barras do ônibus. Acho que nesse momento meus orgãos mudaram de lugar.

É isso. Em outro post falo mais. Até.


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